domingo, 19 de julho de 2009

o pequeno barco, partindo lá longe no horizonte, vai se misturando com o azul do oceano já meio alaranjado pelo cair da tarde. é hora de agitar os lenços brancos e dizer adeus, é um pedaço nosso que se foi junto com ele. há outros portos, mesmo todos ignorando quais, há.

segunda-feira, 13 de julho de 2009

noel poderia assegurar que, além da óbvia constância dos dias nublados, o recorrente mau-humor se explicava pelas dores que vinha sentindo. seus ombros doíam numa proporção absurda e não pareciam melhorar mesmo quando retirava das costas gigantescos pesos; seu estômago parecia ter criado vida própria e passado a indagar a qualidade de tudo aquilo que consumia; e seus lábios, seus lábios estavam despedaçados de saudade de tudo aquilo que o mantinha vivo, desde as músicas silenciosamente cantaroladas quando sequer notava até os elogios amorosos sussurados ao pé do ouvido de outrem.