quinta-feira, 22 de setembro de 2011

todos os anos, ao primeiro domingo de novembro, nena borges separava as duas rosas mais vistosas do velho canteiro em ruínas de seu quintal. cuidadosamente, ela as colocava sobre a mesa da sala, amarrava-as com um pequeno pedaço de barbante e rogava, através dos lábios esculpidos pelo tempo, uma oração em murmúrio inaudível. antes mesmo das 5h da manhã, ela partia em direção à praia, onde repousava as rosas e esperava o mar as levar embora, assim como o fizera, anos atrás, com seu marido e filho.