sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

monarquia.

e guardo em mim o último enquadramento que meus olhos fizeram daquela sala, já tão diferente dos dias passados, tão rotineiros, mas ao mesmo tempo tão bonitos em sua simplicidade. e sei que vou sentir muita saudade do lugar que acostumei a chamar de minha casa.

nunca.

pedro nunca furava fila. pedro nunca pegava o carro de sopetão e saía com os amigos. pedro nunca deixava a segurança da sua casa e se lançava numa viagem de última hora. pedro nunca arriscava uma dança debaixo da chuva. pedro nunca comia algo diferente em seus almoços diários. pedro nunca via filmes que fugissem do seu gosto. pedro nunca cancelava compromissos pra fazer algo inusitado. pedro nunca saía de casa sem guarda-chuva. pedro nunca pegava caminhos alternativos pra voltar do trabalho. pedro nunca arriscava seu dinheiro na loteria. pedro nunca falava calorosamente seus argumentos em discussões. pedro nunca assumia dívidas. pedro nunca vivia. pedro nunca, rg. 274.677.915-2.

domingo, 17 de janeiro de 2010

percorreu toda a ótica olhando atentamente, através dos finos vidros, cada um dos modelos que estavam expostos. claro que não podia deixar de notar todos os anúncios com os modelos exibindo um largo sorriso no rosto ao colocarem belos óculos escuros, muitos dos quais ele achava de péssimo gosto.

depois de muito andar de um lado para outro, experimentar diversos modelos, seu avô, ao contrário do que era esperado, sorria ao observá-lo, tão pequeno em frente às grandes vitrines imponentes. porém, foi em frente à uma menor, no canto da loja, que ele finalmente escolheu o modelo. pareciam feitos um para o outro e através dele, mesmo com seus apenas 9 anos, sabia que veria os fatos de uma maneira diferente. abriu um largo sorriso e pediu para a atendente, mesmo não enxergando muito bem toda a extensão de seu corpo, com muita determinação, o terceiro óculos da quarta prateleira, um óculos 3D.

sábado, 9 de janeiro de 2010

o primeiro desenho do caderno.

"ele tinha uma imaginação muito fértil"
ps. o risco é a troca de folhas do caderno, o que também é sempre um risco.

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

jaime era um caso raro na medicina moderna. ele andava sob observação, pois em seu último tombo pela rua, testemunhas afirmam que suas memórias rolaram e se perderam pelo asfalto. elas foram rolando, rolando, rolando, e viraram a esquina, desaparecendo.
eu consigo ficar cansado antes mesmo de fazer o que me comprometi a fazer. fico nesse balanço tooodo, cansado e espreguiçando. rolou a maior preguiça de fazer um post.

domingo, 3 de janeiro de 2010

o cobertor todo enrolado pelo corpo e tudo que se ouvia era um francês suave que dizia, je t'aime, je t'aime beaucoup. entre as lacunas e barreiras da língua, cristina sentia o amor.

sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

e ela me disse, firme nos meus olhos: eu te vi nascer, bandido!