domingo, 30 de outubro de 2011

não seriam essas entrelinhas o refúgio silencioso que por vezes configura o grito abafado e distende toda a necessidade de se estar só? não seriam esses entre-espaços um retorno ao mais cândido repouso? entre-imagens, entrelinha, o espaço entre duas camadas grossas, viscosas, gordas e amorfas da tinta multicolorida recém-colocada na tela em branco. não seria a tela em branco o futuro, aquilo que resta, a borra de café, na qual observamos os cristais não difundidos, justamente aqueles que irão apontar os nódulos do porvir, os nódulos que não descem a garganta? não seria o entre-espaço das velhas rugas, o repouso das memórias felizes de outrora?