segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

com um canivete quase cego, ele rasgava as fibras da árvore em frente de sua casa, cortando pequenos pedaços da mesma e entalhando lá seu nome e data. era uma tentativa de tornar aquele momento eterno, era um recado para ele mesmo no futuro, de que tudo aquilo tinha valido a pena.

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

naquela terça-feira, ela completava 27 anos de carreira. durante anos foi a atriz substituta das melhores atrizes das maiores peças em cartaz na cidade de nova iorque, porém nunca havia sido escalada para atuar no lugar de nenhuma delas.

aquela noite, telefonaram em sua casa, pois sua presença seria necessária para substituir a grande atriz veda paladares que, logo após o último ensaio de sua peça, teve um mal estar súbito.

preparou-se de forma a fazer daquele, o momento ápice de sua carreira, quando todas as atenções estariam finalmente voltadas para ela. momentos antes da estréia no dia seguinte, encontraram-na morta em seu camarim, vítima de um ataque cardíaco fulminante.

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

o último ator havia acabado de sair e ficou sozinho em meio aquele imenso cenário teatral. não saberia elencar todos os sentimentos que perpassaram seu eu. só poderia afirmar que era lá que ele se sentia em casa, naquele mundo cênico, onde todos os pores-de-sol eram de tirar o fôlego.
eles se conheceram quando ele perguntou para ela se naquela rua passava o seu ônibus...
ela escrevia pequenos bilhetes e os colocava dentro do bolso das roupas à venda em lojas de departamento.
ele escolhia endereços aleatórios na lista telefônica e enviava cartões postais com mensagens de conforto.
não poderia afirmar com a maior certeza do mundo se tudo aquilo que hoje se passava era apenas ironia do destino ou consequências imediatas de uma sucessão de escolhas não tão lógicas. entretanto, ele poderia dizer que o cheiro doce impregnado em sua roupa, provindo daquele abraço apertado e sem jeito dado cinco minutos atrás, era tão confortante quanto sua cama em uma tarde de extremo cansaço ou mesmo a pausa tão desejada quando tudo se acelerava desordenadamente.

encostou sua cabeça na porta que acabara de fechar após uma despedida tímida e sequer poderia imaginar que do outro lado, seu mais novo amor havia feito o mesmo, sonhando com o que havia de vir.

sábado, 21 de novembro de 2009

dona laura spigatilla era a melhor cabeleireira do bairro, mas sua fama, por outro lado, era quase estadual. muitos dirigiam milhas até a cidade do vale para conhecer seus penteados em formato de sundae ou mesmo aqueles em formato de peixes ou prédios, estes, sua especialidade.

sábado, 7 de novembro de 2009

marta cristina vergueiro lopes era a primeira mulher a se tornar uma guerrilheira espanhola. apesar de destemida, de sua carabina só saiam borboletas amarelas.
um solo em lá
tudo que preciso
pra acalmar o dilacerado coração
que espera pra voltar.

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

soldado jones
ele poderia ganhar qualquer batalha
mas nunca poderia ser feliz

domingo, 11 de outubro de 2009

sr. henrique flores havia acabado de comprar seu guarda-roupas no antiquário da esquina. ao abrir a porta do mesmo em sua casa, viu sair voando de dentro um pequeno besouro, o mesmo que 90 anos atrás, sra. rosário viu entrar pela sua janela e voar diretamente para dentro da primeira porta do mesmo guarda-roupa, naquela época ainda instalado em seu quarto de solteira. com medo da pequena criatura alada, fechou a porta pedindo aos céus que nunca mais tornasse a sair daquele armário o inseto, enquanto estivesse viva.

sábado, 3 de outubro de 2009

traduzia,
ao viver,
prosa
em poesia.

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

retiraram todos os portos
um a um
sequer o sabor da hospitalidade alheia de outrora
pode-se desfrutar desse lado de cá do oceano,

retiraram todos os portos,
e agora,
sem alternativas,
navega-se sem rumo,
nesse mar sem fim.
"consta-se das 01h22 desta madrugada, a morte de Félix, atleta do ano de 1918, personagem temporário de um pequeno lampejo de insanidade combinada com imaginação que um dia ocorreu numa mente cansada. dono de um grande peitoral que contrastava com suas costas cheias de cicatrizes das facadas, Félix não resistiu aos novos ferimentos produzidos recentemente e deixou esse mundo e toda uma legião de fãs inexistentes. não haverá qualquer cerimônia de enterro, uma vez que na iminência de sua morte, o próprio defunto acabou se enterrando na terra antes que qualquer um pudesse fazer objeção".

sábado, 19 de setembro de 2009

"e pensar em Fernando M. Collaço com potencial de personagem da mentira verdadeira – verdadeira mentira, como queira – que vou contar".

o declínio dos sodomitas.
luís gustavo, 2009.

anúncio.

rosa anunciou no jornal local suas duas geladeiras antigas, seu sofá de três lugares, uma mesa de centro e alguns pedaços de seu coração, já gasto pela saudade.

domingo, 30 de agosto de 2009

giz.

sr. bourbaille falava com muita autoridade sobre os mais diversos assuntos de sua área. andava pelos corredores da velha escola com o respeito e admiração de todos, estes alunos, professores e até mesmo funcionários. contava em suas aulas os causos mais interessantes da história do mundo de séculos atrás e, secretamente, carregava nas costas, seus já cansativos 548 anos de idade.

tesoura.

federico cobrava 8 pesos pelo corte de cabelo completo. o que muitos ignoravam, mas não as mulheres da pacata vila, é que federico também cortava corações.

olhar.

ele tinha um tique que me deixava nervoso.

domingo, 2 de agosto de 2009

condição.

um dó
só si
lá é.

norte-sul.

camilo guardava secretamente uma rosa-dos-ventos debaixo da cama,
à noite,
quando todos dormiam e respiravam como bufantes monstros marinhos,
ele navegava em pensamentos
e percorria todos os portos do mundo.

tormenta.

rosa vigarez foi uma das primeiras a escutar o boato que circulava de casa em casa: a nuvem de areia estava à caminho do novo méxico. de súbito correu para casa, vedou as grandes janelas de madeira, recolheu seus animais e, no escuro proporcionado pela nuvem que tapava o ardente sol, sozinha, acendeu 4 velas para a virgem guadalupe enquanto murmurava ao pé da santa de barro.

mr. paterson, já perto do fim do expediente, escutou pelo rádio ligado nos fundos da loja de conveniência, que uma das maiores tempestades estava chegando à flórida. teve tempo de fechar o caixa, pegar um pacote de macarrão instantâneo, dois refrigerantes, e com sua caminhonete ir para seu apartamento. lá, já sem luz devido aos estragos da chuva, paterson recitava trechos de preces que escutava sua mãe dizer quando criança.

pierre foi avisado por seus pais que não deveria sair. afinal de contas, a neve tomaria conta de paris em poucos minutos. todo o sistema de telefonia já estava comprometido e não demorou até as luzes se apagarem. no escuro, com uma lanterna velha, pierre brincava com seu pai de fazer sombras na parede, enquanto no quarto ao lado, sua mãe rezava pelo fim da nevasca.

presença ausente.

não saberia precisar se era pela presença ausente que o fazia ou apenas pela vontade de ler daqui um tempo esses pequenos versos que escrevia em alguma folha, perdendo-se assim em lembranças tão empoeiradas quanto as caixas que as guardavam.

saborear novamente os sentidos que hoje são, como se ainda fossem e anular o tempo-espaço como se pudesse, não só rememorar, mas reviver intensamente cada segundo.

domingo, 19 de julho de 2009

o pequeno barco, partindo lá longe no horizonte, vai se misturando com o azul do oceano já meio alaranjado pelo cair da tarde. é hora de agitar os lenços brancos e dizer adeus, é um pedaço nosso que se foi junto com ele. há outros portos, mesmo todos ignorando quais, há.

segunda-feira, 13 de julho de 2009

noel poderia assegurar que, além da óbvia constância dos dias nublados, o recorrente mau-humor se explicava pelas dores que vinha sentindo. seus ombros doíam numa proporção absurda e não pareciam melhorar mesmo quando retirava das costas gigantescos pesos; seu estômago parecia ter criado vida própria e passado a indagar a qualidade de tudo aquilo que consumia; e seus lábios, seus lábios estavam despedaçados de saudade de tudo aquilo que o mantinha vivo, desde as músicas silenciosamente cantaroladas quando sequer notava até os elogios amorosos sussurados ao pé do ouvido de outrem.

terça-feira, 23 de junho de 2009

Radamés tomou a palavra e continuou, "A única menção possível à Bulgária aconteceu no século XIII quando um louco chamado Henrich von Valdeck escreveu um poema intitulado “O romance do Duque Ernesto” no qual ele relatava a história de Ernesto II da Suávia, e que dizia existir um certo “país dos búlgaros selvagens onde é preciso muitas vezes abrir caminho a golpes de sabre”

Todos ficaram excitados com tal possibilidade de uma menção à tão misteriosa Bulgária, porém, Radamés prontamente retomou a palavra para pesar de todos, "Mas como ficou exaustivamente provado depois que o poema, que não era poema, não era de autoria de Henrich, nem se tratava de nenhum Ernesto da Suábia, o qual nunca existiu, assim como o próprio século XIII".


púcaro búlgaro
c. carvalho

sábado, 6 de junho de 2009

o que ninguém sabia era que o interruptor do quarto dele também controlava todas as luzes da avenida que passava ao lado de seu prédio.

terça-feira, 19 de maio de 2009

ah, margarida, posso jurar
acabo de ver
o finado gaspar.
esperei por pedro do lado de fora da pequena loja de conveniência do posto onde resolvemos parar para tomar fôlego antes de prosseguirmos com nossa fuga desesperada.

o vento frio daquela noite cortava minha pele e ao mesmo tempo, uma a uma, minhas esperanças iam ruindo conforme as horas avançavam pelo vazio da madrugada. pedro apareceu vestindo sua habitual jaqueta gasta e trazia consigo um pequeno pacote que não pude identificar.

parou logo à minha frente, quase encoberto totalmente pela escuridão e com um olhar pesaroso e cheio de culpa, tirou um revólver de dentro do pacote e, após hesitar por alguns segundos, disparou em minha direção sem sequer fechar os olhos.

'pedro...'

cheio de lágrimas nos olhos, pedro correu para segurar meu corpo que teimava em desabar em direção ao chão envolto pelo sangue que escorria do abdômen atingido

'eu não...' parou de falar conforme a primeira lágrima cortou sua a face.
'vá...' podia jurar que já sentia o gosto do sangue na boca 'vá, eu sei....'

pedro, totalmente desprotegido e cheio de temores, apertou minha mão fortemente, sussurou um pedido de desculpas e correu para nosso carro onde mariana já o esperava para em alta velocidade desaparecerem na escuridão do horizonte.

poucos segundos depois do tiro, já se confundiam em minha cabeça o som da sirene, os gritos desesperados das testemunhas escandalizadas e minha prece...mais do que nunca, solitária prece...

domingo, 17 de maio de 2009

o mar em seu pé
mal sabia ele
que tudo que queria
era uma questão de fé

sábado, 16 de maio de 2009

assim que entrou no bar, uma confusão mental se instalou.

do lado esquerdo do palco, tocando um acordeon, estava krazinsk, seu amigo húngaro que não via desde os tempos quando ainda perambulava pelas agitadas ruas de nova iorque.

não fosse isso o bastante, krazinsk estava integrado de uma forma quase cósmica com a excêntrica cantora nacional, mercedes dolores e sua gigantesca banda de incontáveis membros, 'el zocalo rojo', que rasgavam melodias para sua alma aventureira.

todo o bar estava imerso em um êxtase coletivo contagiante que o fez entrar no clima da festa e se inserir numa animada roda de dança composta por estranhos burgueses muito bem vestidos que ofereciam doses e mais doses de tequila ao mesmo tempo em que riam de tudo aquilo.

'pero, yo no...'

por mais esforço que fizesse não o escutavam. foi quando se entregou de vez e foi amanhecer com o sol queimando seu rosto em plena sala de estar da casa de rosa sanchez, que, sentada em seu sofá e fumando seu cigarro matinal, aguardava ansiosamente as explicações para a presença de 3 garotas da nicarágua que tomavam café da manhã em sua cozinha, mercedes dolores dormindo em sua banheira e o grande cavalo preto que estava em seu jardim.
ela perguntou sem grandes rodeios, 'isso tá ficando perigoso, não?', 'muito' ele, tenso, respondeu e olhando para ela, seguro de si, sorriu.

sexta-feira, 1 de maio de 2009

j. sanchez passou em casa e de forma direta foi logo me pedindo sua identidade de volta. após longa discussão, acabamos matando duas garrafas de uísque e sentados na varanda, ao sabor de nossos cigarros de palha, lembramos dos velhos tempos no já tão distante alabama.
tudo estava bem, até o dia em que acordou e percebeu que havia se transformado em um fauno. não fosse o espanto maior, estava ele de frente para um pássaro negro que, parado em sua janela, ditava as previsões mais nefastas para o mundo logo às 8h30 da manhã.

quinta-feira, 30 de abril de 2009

a já idosa senhora amandella não tinha mais forças para nada que não fosse colocar seu disco preferido na vitrola e lembrar, com um largo sorriso no rosto, de seus anos de juventude nos idos de 1920.
ernesto salvatti assinava o terceiro quadro do corredor sul da nova exposição da galeria de arte da pequena cidade espanhola para a qual havia acabado de se mudar. a bela aquarela trazia uma enorme árvore marrom vista de longe em uma paisagem azulada pela grande tempestade que ameaçava cair no local.


feliz pelo reconhecimento obtido em seus quase 10 anos de carreira na crítica de arte mundial, que iriam ser comemorados em uma grande festa organizada pela alta sociedade local, ernesto resolveu ir até a barbearia e pediu para que fossem feitos, com todo o esmero necessário, a barba, o cabelo, o bigode e o pescoço.
olhos abertos num quarto mal iluminado pela luz do novo dia. lentamente ela sentou para encontrar-se em meio aos seus pensamentos ainda sonolentos. e logo o fez. não que ela não estivesse feliz com aquele novo dia, ela adorava acordar e saber que mais uma jornada a esperava, mas todo aquele ar denso que preenchia seu quarto, aquela escuridão que se escondia do sol dentro de cada canto ainda dormente da casa, todas aquelas superfícies que traziam os pensamentos fragmentados das conversas demasiadamente longas do dia anterior, tudo isso deixavam-na com a sensação de que aos poucos a casa a repelia. e pensando nisso, levantou-se e foi fazer seu café enquanto pensava em sua fuga.

sexta-feira, 17 de abril de 2009

além de sua carisma habitual e o título de atleta do ano de 1918, Félix era conhecido, e invejado também, pelo grande peitoral desenvolvido e definido, fruto de anos dedicados à natação e às competições internacionais que participava. o que ninguém notava, porém, é que suas costas estavam repletas de cicatrizes das facadas que recebia diariamente, sem sequer perceber, de seus amigos, aqueles que ele considerava como os mais íntimos.

domingo, 29 de março de 2009

"na última semana, faltou luz em metade da casa. na cozinha e nos banheiros, luz. na sala e nos quartos, escuridão.

o patriarca sabiamente disse:
-isso é a casa nos expulsando, deixando claro que essa é a hora de ir embora"


hélio flanders, com um quê de garcía márquez.

quarta-feira, 25 de março de 2009

deixava navegar livremente
obedecendo não mais a rosa-dos-ventos
as coordenadas geográficas
e nem mesmo o astrolábio
apenas sua própria intuição

domingo, 22 de março de 2009

a vida está bem às margens do reno
eu não teria outro lugar pra ir
e mesmo se tivesse, não iria
pois eu sei, a vida está bem aqui.

domingo, 8 de março de 2009

todas as quintas
dona martina tinha a mesma rotina
uma vela pra santa às 6h
armazém às 15h
e uma valsa alegre com seu manolo às 23h.

sexta-feira, 6 de março de 2009

após uma pesquisa conduzida através do seu arquivo pessoal, ele acabou por descobrir que era fruto do mais veloz e conturbado caso de amor do velho méxico protagonizado pela famosa curandeira local e don gonzalez tierro, seu paciente ferido por estilhaços de balas, provindas do duelo onde se sagrou o gatilho mais rápido da revolução mexicana.

domingo, 1 de março de 2009

e o tempo parou naquele instante
eu juro que parou

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

de dentro da pequena mala que carregava ele tirou um ukelele, um pequeno violão havaiano, e sentou na esquina do pequeno centro comercial das imediações de Paris, que já estava quase deserto pela chegada da noite, e ali, sentado e absorto em suas emoções, ele extraía as mais bonitas melodias conforme a lua tomava seu lugar no céu e que enchiam todos os que por lá passavam de uma suavidade sem tamanho.

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

proponho um tango
para curar todas as feridas,
as arestas
e a ressaca.
ah, se tu soubesses.
o caminho é extremamente longo
e o meu coração
fraco demais.

domingo, 25 de janeiro de 2009

e do lado de lá, em pé no canto do pequeno bar, rodeado de garotas, segurando em uma das mãos seu copo cheio e com outra regendo mentalmente a melodia da eufórica banda local, ele gritou em plenos pulmões, dizendo para todos dançarem até não aguentarem mais, cantarem até que os mortos ouvissem e bebessem à memória de todos os quais a cirrose, a pirataria e as doenças tropicais já tivessem levado dessa vida.




e assim a noite ia sendo consumida, nem tão silenciosamente, até o amanhecer.

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

fez uma canastra real, quando todos, na verdade, duvidam que ele poderia sair vivo daquela mesa.
o jornal daquele domingo trazia como manchete a chegada da maior tempestade já vista em todo o méxico desde 1919. dona constanza, sozinha em sua casa à tarde, e com seus 87 anos de vida, duvidou da notícia e mandou uma carta para sra. nunez, dona hortência e sra. domingues confirmando a partida de buraco para segunda-feira às 19h.

sábado, 10 de janeiro de 2009

o verão daquele ano era um dos mais quentes de todos os tempos no méxico. no interior do país, numa pequena cidade que cresceu à beira da estrada, em um pequeno bar pouco iluminado, eles dançaram twist até às 4h da manhã enquanto bebiam tequila com os habitantes locais e comentavam sobre o calor de 37 graus e qual o melhor caminho de carro para tuxtla gutierrez.

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

colocou os pés na areia daquela praia semi-deserta, escolheu uma espreguiçadeira debaixo da sombra de uma árvore gigantesca, pegou um suco, colocou os óculos de sol e ficou lá, estendido, com preguiça, feito um catdog.

ah, e as idéias iam e vinham no mesmo ritmo de outrora, ele não parava de pensar em seus planos, mas achou que a pausa era necessária, precisava dar uma olhada nas nuvens...