domingo, 2 de agosto de 2009

tormenta.

rosa vigarez foi uma das primeiras a escutar o boato que circulava de casa em casa: a nuvem de areia estava à caminho do novo méxico. de súbito correu para casa, vedou as grandes janelas de madeira, recolheu seus animais e, no escuro proporcionado pela nuvem que tapava o ardente sol, sozinha, acendeu 4 velas para a virgem guadalupe enquanto murmurava ao pé da santa de barro.

mr. paterson, já perto do fim do expediente, escutou pelo rádio ligado nos fundos da loja de conveniência, que uma das maiores tempestades estava chegando à flórida. teve tempo de fechar o caixa, pegar um pacote de macarrão instantâneo, dois refrigerantes, e com sua caminhonete ir para seu apartamento. lá, já sem luz devido aos estragos da chuva, paterson recitava trechos de preces que escutava sua mãe dizer quando criança.

pierre foi avisado por seus pais que não deveria sair. afinal de contas, a neve tomaria conta de paris em poucos minutos. todo o sistema de telefonia já estava comprometido e não demorou até as luzes se apagarem. no escuro, com uma lanterna velha, pierre brincava com seu pai de fazer sombras na parede, enquanto no quarto ao lado, sua mãe rezava pelo fim da nevasca.

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