a srta. gertrudes possuía uma rara mutação genética que a tornava hipersensível ao frio. cada leve brisa matinal era suficiente para estremecê-la de um frio intenso que aparentava congelar seus ossos.
por isso, diariamente ela se revestia com um grande quantidade de agasalhos, cachecóis, calças, gorros de lã e meias e cada vez que precisava tomar seu banho pela manhã, assemelhava-se a uma cebola perdendo suas camadas, uma a uma, e não se sabe se por conta do frio, das inúmeras desilusões amorosas ou mesmo por causa da extrema melancolia que permeava seus dias, ela chorava copiosamente.
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