escrevi uma longa carta, cheia de sentimentos, hipérboles, dúvidas, pedidos e verbos intrasitivos. deixei-a sobre a mesa, coloquei a mochila nas costas, e caminhei até a porta.
lá eu parei, olhei para trás, voltei, peguei a carta em minhas mãos e depois de olhar atentamente o nome escrito no envelope em letras maiores, enfiei-a inteira na boca e mastiguei.
deveria ter usado um pouco mais de interjeições e adjuntos adverbiais, estava tudo meio sem sal. e, sinceramente, por mais indigesta que fosse, pensei, 'pra que? pra que? nem um sorriso ela tiraria de sua cara'.
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2 comentários:
é o destinatário, é o destinatário!
acerte para onde vai mandá-la na próxima vez.
de aniversário? que gracinha. vamos comemorar então! assim, meio anonimamente?
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